Poesia!? C'um Camandro! (parte II)
À conta de muita inspiração (e de algumas cervejas), lá conseguimos complementar a masterpiece da poesia portuguesa do século XXI. Desfrutem:
Poema da Treta
«Escrevi isto aqui
Com intenção de ser um poema,
Mas depois não consegui
Percebi que não valia a pena.
Se vós o escreveis,
Pois assim foi,
Pois eu me inspirei
Na cara dum boi.
Há, no entanto,
Mais em que me inspirar.
Alerto-vos, portanto,
Que me estou a cagar.
Sobre cuspo, sobre merda,
Até sobre vómitos podemos falar,
Mas a tua mente é tão lerda
Que nem sobre isto consegue meditar.
Entretanto, conspiro
Que um poema continuo a fazer
Mas em nada me inspiro
Por isso estou-me a foder.
E se não fosse pénis
Era pila...
Pois eu estava de ténis
No meio da vila.
Fui ao restaurante do mirolho
E pedi um croissant misto;
Ele piscou-me o olho
e disse: “Fiquem na Paz de Cristo”.
Em jeito de despedida
Vou-me despedir
Pois estou de saída
Vou sair.»
CT, AT, NF