C'um camandro!
28 abril, 2005
  Roedores de Unhas Anónimos
- Olá, o meu nome é Zé, e sou um roedor de unhas.
- Olá, Zé.
- Comecei a roer as unhas tinha eu 15 anos. Os meus pais não sabiam; também não queriam saber... Uns «amigos» disseram-me para experimentar, que ia gostar e que não quereria outra coisa.
- Não atribuas a culpa da tua doença a outras pessoas; a doença é tua. Tens de aceitar que és um roedor para te curares. Não podes viver em negação.
- Experimentei, por curiosidade, e gostei. Era uma sensação de completa pedrada. Era como se tivesse total poder sobre o crescimento das minhas unhas. Embora soubesse que estava a fazer mal, pensei que ia conseguir parar, que tinha força de vontade suficiente. Mas não tinha. As unhas cresciam e eu não conseguia resistir. Era demasiado forte. Às vezes, roía-as inconscientemente. Cheguei a alimentar o meu vício a dormir. Bati nos meus filhos e na minha mulher só porque não tinha unhas para roer. Até já roía aquelas peles dos dedos que ficam soltas, já para não falar nos cantos das unhas. Depois doía, mas não conseguia largar o vício. Comecei, depois, a roubar os corta-unhas, os agentes do mal, impedidores de uma boa roedela. Roer as unhas das mãos já não batia. Comecei, então, a roer também as dos pés. Uma vez, roí as unhas das mãos, as unhas dos pés, as unhas do cão e as do canário. Resultado: uma overdose. Não fora a pronta acção dos paramédicos e tinha morrido. Caí em mim. Era um roedor de unhas. Já estive em clínicas de reabilitação, mas acabava sempre por ter recaídas, as unhas estão lá sempre, à espera de serem roídas. Mas consegui curar-me. Agora ando a dar na coca. Sempre faz menos mal aos bicos da papagaio.
E é esta a minha história.
 
Comments:
Já que nos esquecemos de assinar, este post foi escrito por FT e JR.
 
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